Excesso de peso e ingestão proteica - avaliação de um grupo de mulheres numa consulta de Nutrição- Endocrinologia : trabalho de investigação

Abstract

Resumo da tese:Objectivo: Comparação da ingestão alimentar relatada e a ingestão real em doentes com excesso de peso. Verificar se existe uma associação com outras características da amostra. Métodos: Foi feita avaliação antropométrica das doentes e ainda a avaliação da composição corporal através da impedância bioelectrica. Foi feita também a colheita de urina de 24h. Foram analisados no Food Processor Plus 2007 os registos alimentares feitos pelas doentes no dia da recolha da urina, a partir desta recolha foi quantificado o azoto ureico urinário (AUU). Para definir melhor as porções dos alimentos, utilizou-se o Manual de Quantificação de Alimentos. Resultados: As 27 mulheres tinham um peso médio de 96,3 kg e um IMC> 25kg/m2. Nos registos alimentares observou-se um valor energético total médio de 1229kcal. Em média, o azoto referido como ingerido (AI) é significativamente superior ao AUU (p=0,016). Com um modelo de regressão logística, a única variável com efeito na razão entre AI e AUU com significado estatístico foi a idade: as mulheres mais velhas têm maior probabilidade de referirem uma ingestão de azoto superior à real (Exp(B) = 1,156; p= 0,036). Discussão: A maior parte da literatura refere, que há subestimação na ingestão alimentar reportada na população em geral e especificamente em obesos. Quando analisadas a estimativa referente aos diferentes macronutrimentos, alguns estudos referem, em relação à proteína uma sobrestimação, o que é concordante com os nossos resultados. Também a idade é factor de sobrestimação da ingestão alimentar, facto referido por alguns autores.Aplicações/conclusões: Direccionar a investigação para o encontro de biomarcadores para os outros grupos de macronutrientes. Também, trabalhos que conduzam à caracterização psicossocial da população da consulta de obesidade mórbida do HSJ, e perceber a sua influencia.

Thesis abstract:Objective: To compare reported food ingestion with the actual ingestion in overweight patients. To analyse possible associations with the other characteristics of population. Methods: An anthropometrical evaluation together with a body composition analysis using bio impedance methods were performed in every patient. A 24H urine sample was taken to make the dosage of urinary ureic nitrogen on the day of the inquiry. The ingestion done by the patients were analysed using Food Processor Plus 2007. To better define the food portions, in the Portuguese context we used the Manual de Quantificação de Alimentos. Results: The twenty-seven women that were subtimed to this protocol so far had a mean weight of 96,3 kg and a BMI > 25kg/m2. In the food registries a mean total energetic intake of 1229 kcal was observed. The nitrogen (IN) that was inferred from the registries, however, was significantly higher than the urinary ureic nitrogen (UUN) p = 0,016. With a logistic regression model the only variable that demonstrated a significant effect in the ratio between in and UUN was the age of the patients. Older women have an increased probability of reporting a nitrogen ingestion that is above the actual ingestion (Exp(B) = 1,156; p= 0,036). Discussion: Our results demonstrate that in general, obese patients have a tendency to overestimate their food. Previously, it has been generally report that there is an underestimation of refered ingestion in any general population and in particular in obese patients. When analysed in relation to the different macronutrient classes some studies have refered an overestimation in terms of protein ingestion being the aspect in which results are in accordance with our own.Also the age of the patients as a factor of overestimation of food ingestion was already refered by some studies albeit not all.

Conclusions: these results strongly urge the need to develop newer and better biomarkers that allow the characterization of ingested food in general and of every class of macronutrients separately. By revealing very significant differences in comparison to other population it also suggest the need to study the population it also suggest the need to study the populations in terms of better psychosocial characterisation particularly in the outpatient consultations dealing with obesity and specially morbid obesity in order to be able to understand its influence in these results, and population’s variability.