Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10216/137894
Author(s): Ana Sofia Branco Ferreira de Sousa
Title: Discursos clínicos sobre vaginismo: clientes e práticas terapêuticas
Issue Date: 2021-11-16
Description: O presente trabalho teve como objeto de estudo discursos clínicos sobre vaginismo no contexto português. Pretendeu-se fazer um mapeamento das configurações possíveis para o vaginismo no discurso de profissionais (ginecologistas, fisioterapeutas da área da saúde da mulher e psicoterapeutas) e de mulheres (com vaginismo atual e passado). Tratando-se de um estudo exploratório e qualitativo, o trabalho de campo desenvolveu-se através da organização de 6 grupos de discussão e da análise temática. Participaram 10 clientes e 13 profissionais. A análise temática permitiu identificar dois temas globais: (i) as configurações do apoio profissional oferecido às mulheres com vaginismo e (ii) as configurações do vaginismo e da mulher/casal com vaginismo. Para cada um dos temas globais foram identificados temas e, para alguns temas, sub-temas. Ao perceber os conceitos principais e as várias dimensões que constituem o apoio profissional, conseguimos identificar e discutir o que pode constituir uma "boa prática" e uma "má prática" no apoio profissional a mulheres com vaginismo. O apoio profissional desadequado, relatado por todas as mulheres e confirmado por alguns/mas dos/as profissionais, reveste-se num foco excessivo no relaxamento, na ausência da normalização da situação, na pré-dedução da origem do vaginismo sem uma exploração prévia, na indicação de drogas e de cirurgias, e na ausência de reencaminhamento. Desconhecimento, ignorância e desvalorização por parte de profissionais que resultam na perturbação e na humilhação das clientes. Já o apoio profissional adequado é caracterizado pela empatia, normalização e validação envolvendo um trabalho reflexivo e em equipa multidisciplinar. Também a conceptualização do vaginismo tem impacto tanto no apoio profissional que as mulheres recebem, como na própria construção que as clientes fazem. Quando se fala de vaginismo fala-se de uma oposição entre o "bom casal" e o "casal histerofóbico" e de uma mulher com um certo "perfil", interagindo com crenças sobre o papel da penetração vaginal na sexualidade. São estas configurações, argumentamos nós, que são urgentes considerar tanto por clínicos/ as, como por investigadores/as quando se confrontam com um caso de vaginismo. E que continuam, em muitos casos, no domínio da invisibilidade e da desvalorização.
Subject: Psicologia
Psychology
Scientific areas: Ciências sociais::Psicologia
Social sciences::Psychology
TID identifier: 202803066
URI: https://hdl.handle.net/10216/137894
Document Type: Dissertação
Rights: openAccess
Appears in Collections:FPCEUP - Dissertação

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