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https://hdl.handle.net/10216/108449
Author(s): | Marina Isabel Gomes da Cunha |
Title: | Des(intimidades): vivências masculinas da sexualidade na reclusão |
Issue Date: | 2017-11-16 |
Description: | Na década de oitenta e noventa foram realizados alguns estudos de caráter mais aprofundado sobre a temática da vivência da sexualidade na prisão. Porém, a maioria desses estudos remete para a coerção sexual e para a violência, sendo que raramente focam a vivência da sexualidade de uma forma consensual, negligenciando o significado que esta vivência tem para o recluso. Assim, pouco se sabe sobre a vivência de práticas sexuais consensuais e quais as definições que surgem entre a comunidade reclusa acerca do tema. De acordo com Merotte (2012), a vivência da sexualidade na prisão deve ser abordada de uma forma positiva, respeitadora e os direitos sexuais devem ser consagrados neste contexto. No presente estudo pretende-se compreender as opiniões e as perceções dos reclusos relativamente à vivência da sua sexualidade, durante o processo de reclusão, nomeadamente quanto à medida da visita íntima. Para o efeito, utilizou-se uma entrevista semiestruturada aplicada a dez participantes que se encontravam em liberdade condicional, acompanhados por uma instituição de Reinserção Social do Norte de Portugal, entre janeiro e junho de 2017. Os dados obtidos foram posteriormente analisados recorrendo à metodologia da Análise Temática (Braun & Clarke, 2006). Desta análise surgiu como organizador central da informação o próprio conceito de Visita Íntima. Esta permitiu identificar ainda seis temas de análise: 1) Do benefício à humilhação, 2) A tentativa de controlo, 3) Novas possibilidades de intimidade, 4) Os comportamentos homossexuais dos outros, 5) A terceira opção e 6) O "desafio" das mulheres. Como principais resultados obtidos, salienta-se, na perspetiva dos reclusos: 1) o sexo na prisão é uma realidade; 2) o sistema prisional não possibilita condições para a vivência da sexualidade dentro da prisão; 3) a visita íntima torna-se uma medida mais humilhante (sobretudo para a mulher) do que gratificante; 4) a prática sexual assume, essencialmente, três formas - a masturbação, a prática homossexual entre reclusos e a prática sexual com mulheres que trabalham dentro do estabelecimento prisional. Conclui-se, portanto, que a vivência da sexualidade em meio prisional, incluindo o recurso à visita íntima, continua a ser uma questão não resolvida pelo sistema e que continua a precisar ser alvo de debate. |
Subject: | Psicologia Psychology |
Scientific areas: | Ciências sociais::Psicologia Social sciences::Psychology |
TID identifier: | 201817985 |
URI: | https://hdl.handle.net/10216/108449 |
Document Type: | Dissertação |
Rights: | restrictedAccess |
Appears in Collections: | FPCEUP - Dissertação |
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