Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10216/104977
Author(s): Daniela Patrícia Pinto Gonçalves
Title: Adoção, as palavras que nos vêm ao pensamento: estudo exploratório das representações de adultos da população geral
Issue Date: 2017-06-26
Description: A adoção, embora muito desejada, quer por um casal, quer a nível individual, consiste num processo moroso que tem como objetivo primeiro permitir à criança concretizar o direito fundamental de crescer, beneficiando do direito de crescer no seio de uma família que lhe dê amor, segurança e conforto. Quando falamos em adoção devemos ter presente que se trata de um processo, indissociável do discurso sociocultural, o qual, por sua vez, vincula inúmeros mitos e preconceitos, impostos pela sociedade o que, em muitos casos, pode contribuir para a fracasso da mesma. O presente estudo teve como objetivo perceber quais as representações sociais que adultos da população portuguesa, em geral, têm acerca da adoção. Para o efeito, recorrendo-se na investigação à Técnica da Associação Livre (TAL), apresentada pela sociologia para o estudo das representações sociais, formulou-se uma "questão aberta" em que era pedido aos participantes que escrevessem palavras soltas ou expressões (no fundo, as primeiras ideias que lhes surgissem) assim que pensavam em adoção. O estudo contou com uma amostra de 531 participantes com idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos, média de 33.04 (DP=12.02), 359 (67.6%) de mulheres e 172 (32.4%) de homens. Os resultados obtidos, especificamente o índice de riqueza ou homogeneidade baixo (0.14) são reveladores da existência de uma mesma representação social para o fenómeno da adoção entre a população Portuguesa adulta. A partilha da mesma representação social surge, no entanto, ligeiramente mais vincada nas mulheres (0.16) do que nos homens (0.23) e nas pessoas sem filhos (0.16), do que nas pessoas com filhos (0.21). Os índices de Ellegard obtidos revelam que os campos semânticos entre géneros e entre pessoas com ou sem filhos são moderqadamente semelhantes. As expressões são dominantemente positivas e focadas no afeto, na oportunidade para pais e crianças, e na relação. A única expressão reveladora de dificuldades que surge entre as expressões mais importantes no pensamento dos respondentes está relacionada com a morosidade do processo. Estes resultados são assim sugestivos de uma representação social positiva, focada nas necessidades das crianças, na valorização de quem se disponibiliza para as adotar e no facto de constituir um processo focado no amor. Dir-se-ia que estas representações sociais parecem contrastar com as de outras épocas em que se encontrava um discurso social muito focado nos problemas que poderiam advir da adoção, para os adotantes. Finalmente, permite pensar que se as ideias espontâneas da população se aproximam do direito da criança a uma família, estará criado o contexto para com consistência conduzir as práticas profissionais e as atitudes da sociedade em geral, no sentido do cumprimento do superior interesse da criança.
Subject: Psicologia
Psychology
Scientific areas: Ciências sociais::Psicologia
Social sciences::Psychology
TID identifier: 201718014
URI: https://hdl.handle.net/10216/104977
Document Type: Dissertação
Rights: openAccess
Appears in Collections:FPCEUP - Dissertação

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