Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10216/86663
Author(s): Mafalda Maria Durão Salgueiro
Title: Sobre a ordem do desvio: práticas do espaço e arquitectura em contexto de Hospital Psiquiátrico
Issue Date: 2016-11-03
Abstract: It is within the course of the experience of the diverse, of the conflict, and in the midst of collective cooperation under domination mechanisms that physical and social spaces are preserved and transformed. Inside that space filled with lines, borders, territorializations and hierarchizations, social life faces a plurality of rules and conventions which correspond to usually implicit values. In the simultaneity in which Power is exercised (open - closed, inside - outside, public - private, whole - divided, allowed - forbidden), the individual is invaded by states that balance between submission and desire for liberty. Due to one's human condition, and because of one's need to acquire significant space and time for free movement, and with an active critical attitude for confrontation of pre-concepts, customs, and habits imprinted early on, one challenges the unresponsive and unpremeditated gentleness arising from those mechanisms of desubjectification. That resistance, often taken as a deviating/ transgressing act is, however, the beginning of a flow of construction processes of differentiated trajectories leading to the (re)discovery and (re)creation. Architecture, as a subject of power-knowledge, which plays a crucial role in the management of predictabilities as well as in the coordination of probabilities, is (or could be), at the same time, a trigger of movements, and a generator of spaces and practices that potentially create this "between" getaway. In this dissertation, direct observation in the context of psychiatric hospital is used to apprehend the experiences in that space built between order and deviation. The small-sized empirical object, from a land confined to restrictive rules becomes a representative of general hypothesis of the comprehension of the practices of those spaces. This space, which is part of the wide range of devices and technical equipment that control the movements of objects and people, encompasses antagonistic qualities that make its definition unstable; thus making the recurring relationships which take place in it dubious. That is to say that, in such control spaces, insubordination is still present, in the same way that oppression is still present in spaces of liberation. Hence, liberty masks authorities behind the image of free organization, just as it is in the shadow of power that subversion is born.
Description: É na experiência do diverso, no conflito e na cooperação colectiva sob mecanismos de dominação que se preserva e se transforma o espaço físico e social. Nesse espaço que se repleta de linhas, fronteiras, territorializações e hierarquizações, a vida social confronta-se com a pluralidade de regras e convenções que correspondem a valores habitualmente implícitos. Na simultaneidade em que o poder se exerce (aberto - fechado, interior - exterior, público - privado, homogéneo - fragmentado, permitido - proibido) o indivíduo vê- se invadido por estados que se balanceiam entre a submissão e a vontade de libertação. Na condição de ser humano, e na sua necessidade de adquirir tempo e espaço significante de liberdade de movimentação, este, de espírito crítico activo na confrontação de pré-conceitos, de usos e de hábitos que, desde cedo lhe vão sendo incutidos, impõe-se contra a docilidade torpe, e irreflectida provocada por esses mecanismos de dessubjectivação. Essa resistência, tida usualmente como acto desviante/ transgressor é, no entanto, o início de um fluxo de processos de construção de trajectórias diferenciadas rumo à (re) descoberta e à (re) criação. A arquitectura, enquanto disciplina de saber-poder, que desempenha um papel crucial na gestão de previsibilidades e coordenação de probabilidades, é (ou pode ser), ao mesmo tempo, impulsionadora de movimentos, criadora de espaços e de práticas potenciadoras dessa fuga "entre". Nesta dissertação, utiliza-se a observação directa do contexto de hospital psiquiátrico para apreender a vivência nesses espaços construídos entre a ordem e o desvio. O objecto empírico de dimensão reduzida, de terreno confinado a regras estritas, serve, assim, de representatividade para hipóteses gerais da compreensão da prática desses espaços. Verifica-se que este espaço, que se inclui nas inúmeras séries de dispositivos e equipamentos técnicos que controlam o movimento das coisas e das pessoas, encerra em si antagonismos que lhe torna instável a sua definição; sendo recorrente a dubiedade das relações nele decorridas. Ou seja, nos espaços de controlo a insubmissão continua presente, assim como nos espaços de libertação não deixa, contudo, de existir opressão. Desta forma, a liberdade encobre autoridades sob a imagem da livre organização, assim como, na sombra do poder nasce a subversão.
Subject: Artes
Arts
Scientific areas: Humanidades::Artes
Humanities::Arts
TID identifier: 201545292
URI: https://hdl.handle.net/10216/86663
Document Type: Dissertação
Rights: openAccess
Appears in Collections:FAUP - Dissertação

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