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https://hdl.handle.net/10216/82889
Autor(es): | Mota, Helena |
Título: | Editorial |
Data de publicação: | 2014 |
Descrição: | A responsabilidade de escrever um editorial neste número da RED, um ano volvido sobre o seu lançamento, é naturalmente acrescida mas, de modo igual, gratificante.Na sua apresentação, em Junho de 2013, a RED definiu-se como uma publicação de divulgação de estudos jurídicos nas áreas das ciências jurídico-empresariais e jurídico-económicas.Poder-se-á estranhar, por isso, a inclusão neste número de textos que tratam de matérias com pendor marcadamente jurídico-civilista e jurídico-familiar. Significará isto, na perspectiva do leitor, um desvio à sua linha editorial? Assumirá a RED que, afinal, nem tudo o que importa itŽs economics? Ou, pelo contrário, concede-se que nenhuma matéria jurídica é, hoje, e em especial et pour cause em tempos de escassez, destituída de impacte económico?Para além disso, a RED quis-se com vocação internacional, privilegiando e acolhendo os trabalhos de direito comparado e europeu, assim como os contributos dos diferentes países lusófonos.Fala-se muito, e nas mais diversas áreas do saber e do conhecimento, em multidisciplinaridade. E em internacionalização. São palavras e conceitos que por se repetirem tantas e tantas vezes se transformaram em chavões vazios de sentido, quase detestáveis por revelarem pouco mais do que uma tendência, uma vã e vácua moda.No entanto, sem medo destas degenerescências e concentrando-se no seu sentido original, a RED vem assumindo com proveito um desígnio de diversidade e intercâmbio material e geográfico criando valor científico acrescentado e aqui se vê como a mais insuspeita das jus-mercantilistas também se tenta no jargão económicoNuma recente experiência docente em Angola, constatei no terreno a importância e o reconhecimento do direito português no mundo lusófono, em particular nos PALOP. É, hoje, a par da língua, o legado mais importante que deixámos no antigo Ultramar português. O direito angolano legislado, especialmente o Direito Civil, é aquele que se aplicava antes da descolonização. Mesmo o novo Código da Família angolano, de 1988, é claramente inspirado no Livro IV do Código Civil português, sem prejuízo de soluções diferentes e inovadoras, mais adequadas à actual realidade angolana e de inegável interesse para os estudiosos da matéria.Os juristas portugueses têm assim uma oportunidade única de desempenharem um importante papel no ensino do direito, no auxílio ao desenvolvimento da jurisprudência e da doutrina jurídica angolanas. É a tal janela de oportunidade- outro chavão - de que se fala a propósito da vocação atlântica de Portugal, da sua responsabilidade histórica, do posicionamento geo-estratégico, do mar, de tantas outras coisas, menos da mais óbvia: o direito português.Na edição de 3 de Junho do The Guardian podia-se ler um artigo intitulado Portugal indebted to Angola after economic reversal of fortune no qual a jornalista relatava alguns aspectos da evolução das relações entre os dois países, sublinhando a inversão dos papéis, agora que Portugal atravessava uma profunda crise económica em contraste com o rápido crescimento da economia angolana. Apesar de o artigo pretender explorar o colorido desta espécie de ironia do destino acabava por concluir que os laços afectivos entre os povos de ambos os países eram muito fortes e que os caminhos de ambos sempre se iriam cruzar.De facto, os mais cínicos poderão dizer que há aproveitamento nesta riqueza imaterial que é o legado jurídico, especialmente agora num quadro de crise em contraste com o bom desempenho económico dos países emergentes. Mas a verdade é que Portugal e as Universidad |
Assunto: | Direito Law |
Áreas do conhecimento: | Ciências sociais::Direito Social sciences::Law |
URI: | https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/82889 |
Tipo de Documento: | Artigo em Revista Científica Nacional |
Condições de Acesso: | openAccess |
Licença: | https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/ |
Aparece nas coleções: | FDUP - Artigo em Revista Científica Nacional |
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