Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10216/80401
Author(s): Rita Isabel Soares de Sousa Martins
Title: A arquitectura do Movimento Moderno na obra cinematográfica de Jacques Tati (1907 a 1982)
Issue Date: 2013-11-04
Abstract: In the 1960s the profound social changes of the postwar trigger a heated debate withinthe various movements of architectural thought.We are in the genesis of the consumer society, in which the allure of modernity isconveyed by advertising and democratization of new media. The first effects of westglobalization and new industrial products invade the domestic space, transforming,permanently, the everyday life of rising middle class.Film industry is not alien to the movements of society and the technical advances oftime and takes, in some European authors, a social commitment, which reflects the newcritical ideologies, transforming it in an instrument of counter power. Therefore, filmproduction steps away from the set, as a mere illustration and framework of action, whilethe cameras leave the studios, replacing it by the expanding cities, consolidated as theelection plateau of the twentieth century.It is in this context that architecture, while stage and effective support of socialchanges of this time, becomes the main character of the work of French filmmaker JacquesTati (1907-1982) who, in the film Mon Oncle (1958) and Playtime (1967), develop acinematic reflection on stereotypes of modern architecture and design, and related socialphenomena of the 1960s.At a time when the social bases of modern architecture are under review, Tati showsus the rapid growth of cities and their expansion towards the periphery, where the highconcentration of population and the proliferation of new industrial districts rise toincreased speculation.The criticism of the filmmaker reveals and undermines the limitations resultingfrom the schematic rationalization of the Athens Charter (1933), with regard to Zoningand the proliferation of stereotyped buildings. In this sense, it draws a caricature ofstandardization, a result of new industrial techniques and materials that make modernarchitecture in a serial productive and reproductive system, promoting its own image asa slogan of the movement.Thus, in Playtime, points to constructing height of office buildings, banners of moderncity, and its dependence on new infrastructure repertoire (lift, electricity, air conditioning,intercom ...).The increasing mechanization of space and automation of society are equallyquestioned in the machine dwell illustrated by Arpel house in Mon Oncle. Here, everythingcommunicates as Le Corbusier's (1887-1965) free plant, but the functionalism fades awayin the prevalence of symbolic representation and communication of social status.Likewise, everyday relations with built space, illustrated in his films, meet the newtheories and approach of the space organization, combined with social sciences, convergingon the critic of functional rationalism of the Modern Movement and passive submissionof architectural production to determinants of capitalist society.The place, the space design and its relationship with the man becomes thus a centralissue, proposing various theoretical and practical models of analysis of the relationshipbetween design, architectural form and space appropriation.
Description: Na década de 60 do século XX, as profundas transformações sociais do pósguerradesencadeiam um aceso debate no seio das diferentes correntes do pensamentoarquitetónico.Encontramo-nos na génese da sociedade de consumo, na qual o fascínio damodernidade é veiculado pela publicidade e pela democratização dos novos meiosde comunicação. Começam a sentir-se os primeiros efeitos da globalização ocidental,e os novos produtos industriais invadem, agora, o espaço doméstico, transformandopermanentemente a vida quotidiana da classe média em ascensão.O cinema não é alheio às movimentações da sociedade e aos avanços técnicos daépoca e assume, em certos autores europeus, um compromisso social, passando a refletiras novas ideologias críticas, tornando-se, por vezes, um instrumento das mesmas.Consequentemente, afasta-se do cenário, enquanto mera ilustração e enquadramentoda ação, ao mesmo tempo que as câmaras abandonam os estúdios substituídos pelascidades em expansão, consolidando-as como o plateau de eleição do século XX.É neste contexto que a arquitetura, enquanto palco e suporte eficaz dastransformações sociais desta época, se torna o personagem principal da obra docineasta francês Jacques Tati (1907-1982) que, nos filmes Mon Oncle (1958) e Playtime(1967), desenvolvem uma reflexão cinematográfica sobre os estereótipos da arquiteturae design modernos, e os fenómenos sociais correlacionados, na década de 60.Numa altura em que as bases sociais da arquitetura moderna estão em revisão,Tati ilustra-nos o crescimento acelerado das cidades e a sua expansão em direção àperiferia, onde a elevada concentração populacional e a proliferação de novos bairrosindustriais originam o aumento da especulação imobiliária.A crítica do cineasta revela e põe em causa as limitações resultantes daracionalização esquemática da Carta de Atenas (1933), no que respeita ao Zoning eà proliferação de edifícios estereotipados. Neste sentido elabora uma caricatura daestandardização, consequência das novas técnicas e matérias industriais, que tornama arquitetura moderna num sistema produtivo e reprodutivo em série, promovendo asua própria imagem como slogan do movimento.Deste modo, em Playtime, assinala-se a construção em altura de edifícios deescritórios, estandartes da cidade moderna, e a sua dependência de um novo repertóriode infraestruturas (elevador, eletricidade, ar condicionado, intercomunicações...).A crescente mecanização do espaço e automatização da sociedade são igualmentepostas em causa na Máquina de Habitar ilustrada pela casa Arpel, em Mon Oncle.Aqui, tudo comunica como na planta livre de Le Corbusier (1887-1965), mas ofuncionalismo esvai-se na prevalência da representação simbólica e da comunicaçãode um estatuto social.Da mesma forma, as relações quotidianas do utente com o espaço construído,ilustradas nos seus filmes, vão ao encontro das novas teorias e abordagem daorganização do espaço que, aliadas às ciências sociais, convergem na crítica aoracionalismo funcional do Movimento Moderno e à submissão passiva da atividadearquitetónica às determinantes da sociedade capitalista.O lugar, o desenho do espaço e as suas relações com o homem tornam-se, assim,uma questão central, propondo-se diversos modelos teórico-práticos de análise darelação entre projeto, forma arquitetónica e apropriação espacial.
Subject: Artes
Arts
Scientific areas: Humanidades::Artes
Humanities::Arts
TID identifier: 201546337
URI: https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/80401
Document Type: Dissertação
Rights: openAccess
License: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Appears in Collections:FAUP - Dissertação

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
23439.pdfA arquitectura do Movimento Moderno na obra cinematográfica de Jacques Tati (1907 a 1982)31.03 MBAdobe PDFThumbnail
View/Open


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons