Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10216/129706
Author(s): Vera Rute de Sousa Teixeira
Title: "É para isso que os médicos são pagos, para ajudarem as pessoas, independentemente do trabalho delas": o acesso a serviços de saúde por trabalhadores do sexo
Issue Date: 2020-10-22
Description: O trabalho sexual apresenta-se como um fenómeno complexo, com uma diversidade de atores, de contextos e de vivências. O estigma de que ainda é alvo, associado a dinâmicas sociais discriminatórias, assim como a falta de reconhecimento legal que permita aos profissionais do sexo exercer plenamente a sua cidadania, de direitos e deveres, têm múltiplas implicações negativas no acesso destas pessoas a serviços de saúde. Assim, e perante a escassez de investigação, principalmente em Portugal, que relacione a perspetiva de ambos os atores desta problemática, profissionais do sexo e profissionais de saúde, é essencial analisarmos os moldes em que ocorre o acesso deste grupo a serviços de saúde. Mais concretamente, pretende-se perceber, através das opiniões dos intervenientes, as circunstâncias do acesso a serviços de saúde, os modos de tratamento médico, as situações de discriminação e a importância de equipas de apoio especializadas que fazem um trabalho de saúde proximal com esta população. Para isso, utilizou-se uma metodologia qualitativa, recorrendo a entrevistas semiestruturadas a nove atores: quatro trabalhadoras do sexo, três enfermeiras de equipas de apoio especializadas e dois médicos generalistas de medicina geral e familiar. Os resultados indicam que, apesar de uma melhoria no acesso de trabalhadorxs do sexo aos serviços de saúde, percecionada pelos profissionais de saúde de apoio a esta população, outros participantes continuam a referir algumas dificuldades nesse acesso, particularmente em trabalhadorxs do sexo migrantes. A amostra refere dificuldades no acesso a serviços de saúde generalistas, a não revelação da sua atividade profissional e a existência de situações de discriminação (baseadas no seu trabalho, na sua identidade de género, e na sua nacionalidade) nestes serviços. Estas situações de discriminação e a antecipação de tratamento pouco adequado condicionam a procura destes serviços generalistas. Os profissionais de saúde apresentam perceções focadas nos comportamentos de risco por parte de trabalhadorxs do sexo, questionando a utilização regular de material preventivo. Apesar de terem conhecimento dos diversos atores e contextos do trabalho sexual, a sua intervenção é maioritariamente focada na despistagem de IST, saúde sexual e reprodutiva, o que reduz os profissionais do sexo a esta dimensão.
Subject: Psicologia
Psychology
Scientific areas: Ciências sociais::Psicologia
Social sciences::Psychology
TID identifier: 202541002
URI: https://hdl.handle.net/10216/129706
Document Type: Dissertação
Rights: restrictedAccess
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