Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10216/115964
Autor(es): Hugo Miguel Ramos dos Santos
Título: Discursos sobre bullying e homofobia na e da escola: que (im)possibilidades de cidadania para jovens LGBT
Data de publicação: 2018-09-25
Descrição: A homofobia e a heteronormatividade na/da escola tem-se tornado uma problemática educacional cada vez mais visível e debatida, consubstanciada na expressão "bullying homofóbico". A sua existência e prevalência questiona, desde logo, as possibilidades de cidadania que, num contexto contemporâneo de democracia, a escola oferece a jovens de grupos minoritários como os/as jovens LGBT. Ainda que o tema não seja propriamente uma novidade, são ainda escassos em Portugal os estudos que interrogam a natureza da violência homofóbica a partir dos discursos de jovens e de professores/as. Neste contexto em particular, as leis têm avançado - como no caso da Educação Sexual -, mas as práticas acompanham a lei? Tendo como mote estas problemáticas e procurando colmatar as lacunas da investigação, nesta pesquisa procurou-se compreender as perspetivas, discursos e experiências de jovens estudantes e professores/as do ensino secundário sobre bullying genérico e homofóbico, diversidade sexual e Educação Sexual. Realizaram-se 36 grupos de discussão focalizada com 351 jovens (171 rapazes e 180 raparigas) e 14 grupos de discussão focalizada com 75 professores/as (24 homens e 51 mulheres) de 12 escolas públicas com ensino secundário do Norte litoral de Portugal, entre 2015 e 2017. Conclui-se que o bullying é uma realidade quotidiana na escola sendo melhor compreendido como uma forma de exercício de poder contra quem é «diferente». O bullying especificamente homofóbico deve ser compreendido sobretudo como «fag discourse» que, se por um lado, não tem (necessariamente) uma intencionalidade homofóbica, ataca quem diverge das normas de género, sendo raramente desafiado por jovens e professores/as. As atitudes perante a(s) homossexualidade(s) situam-se entre discursos mais liberais e discursos mais tolerantes o que disponibiliza a jovens LGBT scripts de cidadania incompletos (e.g., pode «ser-se» homossexual, mas dentro de certos limites). Quanto à Educação Sexual, jovens e professores/as destacam a sua importância, mas enumeram várias críticas à sua natureza, conteúdos e abordagens, o que inclui o próprio tópico da orientação sexual. Verifica-se assim um fosso entre o decretado e o vivido, o que não deixa de representar talvez a forma mais simbólica e estrutural de violência.
Assunto: Ciências da educação
Educational sciences
Áreas do conhecimento: Ciências sociais::Ciências da educação
Social sciences::Educational sciences
Identificador TID: 101478968
URI: https://hdl.handle.net/10216/115964
Tipo de Documento: Tese
Condições de Acesso: openAccess
Aparece nas coleções:FPCEUP - Tese

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